Dois meses se passaram e o tempo ainda não me ajudou.
Meu coração ainda está mole. Fraco. Enfeitiçado.
Quanto tempo ainda vou perecer? Ainda não cheguei ao fundo do poço? O que mais preciso sofrer para me levantar de uma vez por todas?
Eu não aguento mais. Juro que estou tentando. Só me falta frequentar igrejas, templos e o candomblé. Por mais que eu reze, meu coração não esfria. Não endurece como eu gostaria.
Preciso recuperar minha frieza de uma vez por todas.
Meu lado racional não suporta mais. Meu lado emotivo não suporta mais.
Será que meus erros foram do tamanho e da intensidade do meu sofrimento? Muitas perguntas sem respostas.
Minha meta é esfriar e nunca mais me doar. Ou doar sem me envolver. Ser inocente no mundo de hoje não é pra mim. Na verdade ser inocente nunca foi bom. Nem será. Pra mim.
A entrega tem que ser recíproca. E como diz uma amiga, Nanda Mello, reciprocidade é uma delícia.
Quando uma pessoa se dá mais que outra, desequilibrada a vida fica. Eu me entreguei de corpo e alma. Cada vez mais. Quando me enxerguei, eu já não estava mais comigo. Vivi para outra pessoa e esqueci de mim mesmo. Perdi.
Se fode e aprende. Esfria. Pedra de uma vez por todas.
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