segunda-feira, agosto 21, 2006

Mensageiro da Morte.

Hoje minha vó faleceu.
Na madrugada deste último sábado foi a vez da mãe de dois grandes amigos. Marieta, mãe do Leco e do Rajão.
Que Deus as tenha!
Engraçado como as coisas acontecem. Elas simplesmente acontecem. Morrer é uma coisa natural. Todos vamos morrer. Quando alguém não está nas melhores condições de vida, na verdade nas piores, esperamos que ela não resista, e a qualquer momento, perca sua vitalidade por completo. Mesmo assim, esperando acontecer, quando acontece é como se não estivéssemos sabendo de nada. Luto. Ficamos tristes. Pessoas choram. Umas mais. Outras menos. Outras nada. O fato é que é ruim. E pronto.
Nesse fim de semana. Teve muita coisa boa acontecendo, mas as coisas ruins foram mais fortes. Talvez o pior. Sempre pensamos no pior, né? Eu não gostaria de pensar assim. Acho inclusive, após escrever isso que esse fim de semana pode ter nascido uma coisa muito boa! E isto é bom, certo? Certo, mas preciso escrever sobre o ruim!
Deixa de rolo e vamos ao que interessa. Ao que me marcou.
Fico pouco tempo em casa e mesmo assim eu fui o escolhido pra contar a todos. Nesse fim de semana eu fui o MENSAGEIRO DA MORTE! Que droga! Você já foi um mensageiro da morte? Sinceramente, isso é péssimo! Por vezes eu pensei nesse fim de semana: "É pior dar uma notícia ruim que recebê-la"! Será que alguém aqui entende isso? Vamos explicar...
Recebi a ligação na madrugada de sexta pra sábado do meu amigo Leco falando que a mãe dele havia falecido. Que merda! Obviamente fiquei triste. Pela Marieta que era uma excelente pessoa, mas muito da minha tristeza veio pelos meus grandes amigos, Leandro e André. O Leco (Leandro), ao me dar a notícia, me fez um pedido: "Tocha, avise a nossos amigos disso que aconteceu, ok? Claro Leco, não se preocupe com isso"! No primeiro telefone que dei ao nosso amigo Joe, vem aquele pensamento de que vou estragar o dia... "Alô? E aí Joe? Beleza? Fala Tochinha! Tudo ótimo? Quase você não me pega aqui... tava saindo pra jogar tênis com minha esposa quando ouvi o telefone tocar... mas fala aí! Pois é cara, um notícia ruim pra te dar... a mãe do Leco morreu. É mesmo? Putz? É cara, avisa pra quem conhecer o pessoal do Leco, ok? Beleza cara. Abraço". Naquele exato momento eu tirei uma parte da alegria do dia do meu amigo Joe. Notícias ruins... aiai. Alguém tem que contar Correto?! Eu! O mensageiro!
Mas essa foi fichinha...
Manhã de segunda-feira... Eu, me arrumando pra trabalhar... por volta de 6 e meia da manhã o telefone toca. "Alô? Oi tio, blz? Hein? Vovó morreu? Putz. Sim... sim! Dou o recado sim. Um abraço". Lá se foi o mensageiro... "Pai, tenho uma notícia ruim pra te dar... Vovó morreu agora de manhã". Nessa hora eu tive a certeza que contar algo que precisa ser contado a alguém não é nada bom! Na verdade é muito ruim! Ver meu pai cair em lagrimas e não poder fazer nada senão dar um longo e forte abraço, não tem preço. Ruim demais! Abraço reconfortante que não conforta m*rda nenhuma. É FODA!
Bom, estava feito. Esse é o fato. De um jeito ou de outro, o trabalho do mensageiro da morte estava pronto! Feito. Acabado. Pelo menos até agora... 23:27 do dia 21 de agosto de 2006…

2 comentários:

Anônimo disse...

Cris te adoro viu!!!qq coisa me ligue,grande beijo
Chris Paula

Sabina Insustentável disse...

aff...engraçado vc escrever sobre isso, pq até hj tô abalada com a morte de uma tia querida. Foi a fofa da minha irmã que me deu a notícia por telefone. E é a frase dela que tem martelado na minha cabeça todos os dias: "Pati, aconteceu um acidente em Recife..." É foda! Como diz Martha numa das melhores crônicas que já li dela, "a morte é uma piada". Sem graça.