quarta-feira, abril 05, 2006

Novas tecnologias e nossa memória ( f ) útil.

Olá, você lembra da manchete no jornal que você leu ontem?
Show de bola! 5 de abril de 2006 e temos bzilhões de ferramentas pra nos lembrarmos de qualquer coisa. Mas não nos lembramos de fatos importantes da política, economia, saúde etc.
A cada dia novas tecnologias são criadas e incorporadas à vida cotidiana. Os moradores dos grandes centros urbanos (eu inclusive) começam a não se enxergar sem tais maravilhas do homem moderno.
Computador já é coisa do passado… ou todo mundo tem ou ta fácil demais de acessar a Internet de qualquer lanhouse. Celular deixou de ser privilégio há tempos. Agora os palmtops estão se tornando mais baratos e caindo nas mãos da moçada. Qual será o proximo aparelho ou hardware que vamos desejar?
A partir de todo esse aparato temos agora, websites, mailings, webmails, calendários virtuais, alarmes, lembretes, ICQ, MSN, tudo para nos lembrar de compromissos pessoais e, ocasionalmente, profissionais. Há pouco tempo atrás surgiu o orkut: a coisa mais inútil e legal que já criaram na Internet. Eu fico amigo de tantas pessoas sem ao menos ouvir a voz. Arranjo namorada, por fotos. Termino namoro, por scraps. Me demitem ou me contratam por minhas comunidades. Sou detestado e venerado, por minhas comunidades. E mais uma série incontável de “benefícios”. Olha só que coisa mais "legal" gente!!!
Mas enfim, o recado que quero passar é que simplesmente tudo isso é uma M*RDA.Ultrapassamos os limites do útil e chegamos ao fútil. Assim, fácil, de uma hora para outra. Onde está minha agenda de papel?
Tudo funciona para você se lembrar de alguma coisa, mas e se você quer esquecer? Como é que faz?
Eu tenho orkut e mais dez sites onde os aniversários estão agendados. Todos me avisam de algo e de alguma maneira... me mandam e-mails, scraps, comments, mensagens pro meu celular. Karalho! Não quero ser lembrado de certas pessoas ou acontecimentos ou aniversários mais!!! Saio desenfreado tentando apagar todos os lembretes. Alguém aí já conseguiu fazer isso? Ou sempre aparece algo que esquecemos? Parece piada esqueci de lembrar uma coisa que seria usada para eu não esquecer mais. P*ta que confusão!
Mas o fato é: quero esquecer, o que faço? Você consegue morar na roça? Que tal uma cidade sem energia elétrica? Parece impossível. Para mim, impossível. Mas então, o que eu preciso fazer? Tenho solução? Será que eu to ficando louco? Mais louco? Vou parar de escrever… isso aqui pode vir a me lembrar também.

Um comentário:

Paulinho disse...

A arte contemporânea, faz uso dos meios tecnológicos de sua época no intuito de otimizar a recepção e proporcionar uma nova perspectiva sensorial.
A net arte ou ciberarte apresenta os efeitos da arte com base nos sentidos físicos. A técnica contemporânea funciona como meio. O ciberespaço é o local onde ocorrem tais experiências. A técnica se altera de acordo com a própria evolução dos meios, oferecendo novas possibilidades ao meio artístico. Na medida em que essas possibilidades são assimiladas, o mercado se apodera desses meios e transforma experiências em produtos.
O ciberespaço oferece infinitas possibilidades de disposição da informação. Dessa forma, ocorre uma maior segmentação da mesma, na contramão da cultura de massa. Os desdobramentos técnicos concretizam a imaginação e promovem nossos agenciamentos sócio-técnicos que alteram a forma de convivência entre as pessoas.
Quase todos os acontecimentos contemporâneos são mediados. O ciberespaço comporta diversas interpretações e intenções na cobertura desses fatos. A figura do especialista perde força. É possível que todos exponham suas opiniões. O ciberespaço é mais segmentado e aberto para a interação. A realidade passa a ser uma interpretação da própria realidade. A experiência é simulada pelo meio. O artista testa a potencialidade do meio. A ciberarte facilita o acesso à arte, pois trata-se de algo que pode ser acessado na subjetividade do ciberespaço.
A percepção do mundo é híbrida e a internet funciona como metáfora para o labirinto do pensamento. Trata-se de um dispositivo virtual de comunicação.
Na Cultura em Rede ocorre uma assimilação da tecnologia no cotidiano. Assim, interconexões online e offline se estabelecem. O homem passa a estar plugado mesmo que não esteja conectado à rede de diversas formas (EX: agenda setting). A informação e a arte se dispersam pelos novos dispositivos de comunicação. Os formatos são cada vez mais híbridos e a materialidade passa a ser mediada e abstrata. A cabeça contemporânea demanda dispositivos contemporâneos.
O ciberespaço funciona simultaneamente como ambiente de produção e difusão da arte, abrindo a possibilidade do domínio público da informação: autoria e co-autoria. A rede se configura de forma dispersa e heterogênea. Dá espaço à dimensão do indivíduo.
A informação dispersa em uma rede infinita, faz com que seja necessário se tornar visível ao seu público. O ciberespaço conta com a hipertextualidade para disponibilizar as informações. O hipertexto funciona através de links, se assemelhando à forma de organização da nossa memória. O potencial do hipertexto é infinito, pois as informações estão conectadas entre si. Os sites de net arte dispõe de uma linguagem híbrida, multimidiática, contemplando os sentidos de quem os acessa e se aproxima do modo natural de perceber o mundo. A memória está em forma de banco de dados, sistematizada e com links para o acesso de seu conteúdo. Os sites são atualizados constantemente, estimulando as visitas. Informações novas são essenciais para a existência online. O ponto chave contemporâneo é a promoção de um processo de imersão, deslocando o individuo para o ciberespaço, promovendo um novo ambiente, onde se perde a noção do tempo e estimulam-se os sentidos. A arte se desloca para a comunicação.